Está na fase do salve-se quem puder. Camilo e Eunício querem acabar a disputa logo no primeiro turno da eleição.
Todos
os esforços já estão sendo desenvolvidos e serão intensificados a cada dia,
inclusive no curso da votação, domingo próximo, o grande momento para os
candidatos Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB).
Os
dois postulantes perseguem o objetivo de encerrar a disputa pelo Governo do
Estado do Ceará, neste ano, no primeiro turno da eleição, isto é, no dia 5 de
outubro. E como tudo só depende deles, para a consecução desse desiderato, não
há necessidade de se fazer especiais conjecturas para se garantir a existência,
agora, de um acirrado fim de campanha eleitoral.
Os
resultados das últimas pesquisas, conhecidos na semana anterior, embora
contrariassem as expectativas de ambos os candidatos, a um mais que o outro,
ficaram dentro das previsões de observadores por apontarem para uma maior
excitação dos postulantes e exacerbações dos seus acompanhantes, elevando a
temperatura do ambiente político e a sensação de indefinição quanto ao
resultado a sair das urnas no próximo domingo, posto a depender dos
acontecimentos a se desenrolarem por toda esta semana, na Capital e Interior do
Estado.
Há
ainda hoje, segundo a pesquisa do Ibope, estampada pelo Diário do
Nordeste</CF> na quinta-feira última, um expressivo contingente de
eleitores no grupo de indecisos quanto ao candidato a escolher, e outros tantos
dentre os 20% sem “nenhum interesse” pelas eleições.
Politizado
Essa
porção de cearenses, capaz de impedir a realização de um segundo turno, será o
alvo primeiro do petista e do peemedebista. Os coordenadores das duas campanhas
mantêm reserva quanto às estratégias a serem utilizadas, mas os seus batalhões
de militantes estão instruídos a serem mais incisivos na abordagem de
convencimento do eleitor de modo a contabilizarem sucesso.
Antes
mesmo de as pesquisas públicas, os coordenadores das campanhas de Camilo e de
Eunício já haviam redefinido o seu mapa de eleição, apoiados nas próprias
informações internas, tão confiáveis quanto às publicadas. Estas, muito
importante para as campanhas por sua força de motivar o eleitor, sobretudo
aquele menos politizado, cujo voto é dado a quem as pesquisas mostram ter mais
chances de vitória. Os dois candidatos sabem onde estão bem ou não em todos os
184 municípios. Assim, foram traçadas as rotas das últimas visitas e
negociações, Ceará afora, com a finalidade de alcançarem seus objetivos.
Mas
não é apenas a conquista de mais pretensos votos em que estão centradas as
ações dos dois candidatos. No momento, ambos, convictos da excitação dominante
em todos os espaços, e a imperiosa necessidade de não cometer erros ou serem
vítimas de ações equivocadas um do outro, as coligações estão à cata de
advogados em todos os municípios.
Algumas
centenas de profissionais já estão contratados, mas a ansiedade dominante faz
quererem mais. Embora a concentração das ações judiciais fique em Fortaleza,
onde está o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), eles querem a atenção do
jurídico em todas as zonas eleitorais.
O
Interior cearense já experimenta a nova estratégia dos candidatos. A Capital
sentirá as mudanças agora. Lá, as lideranças se mostram mais afoitas e os seus
seguidores sentem-se estimulados ao confronto. É também lá onde o poder
econômico age mais aberto e eficientemente, até pela fragilidade das forças
incumbidas de inibi-lo e a ganância do eleitor pelo mimo. Na Capital, tem tudo
isso também, mas em menor intensidade, até pela repercussão negativa para o
candidato se o caso chegar aos veículos de comunicação.
O
poder econômico, indiscutivelmente, será o principal “estimulante cívico”
(denominação dada ao dinheiro da compra de votos ou apoio), dos dois
protagonistas da eleição nos momentos finais do confronto entre eles. A força
do dinheiro, nos próximos dias, será tão decisiva quanto foi na formação das
alianças, antes da realização das convenções partidárias.
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Fonte: Diário
do Nordeste.