Algumas marcas de
grife têm buscado orientações de como desvencilhar seus nomes de freqüentadores
dos ‘rolezinhos’. O diretor do Instituto Data Popular, Ricardo Meirelles, que
garantiu ter sido procurado por algumas empresas, é quem dá essa informação.
"Boa parte das
marcas tem vergonha de seus clientes mais pobres. São marcas que historicamente
foram posicionadas para a elite e o consumidor que compra exclusividade pode
não estar muito feliz com essa democratização do consumo", disse Renato
Meirelles, acrescentando que "algumas empresas me procuraram dizendo
'minha marca está virando letra de música, febre na periferia e não quero estar
associado a esse pessoal'".
Meirelles, que não
quis informar nenhum nome, disse que orientou as empresas a não fazer nenhuma
mudança antes de entender as razões que fizeram com que esses jovens buscassem
suas marcas. Após a consultoria, algumas empresas passaram a enxergar a classe
C como uma oportunidade de negócio, mas outras insistiram em não ser ligadas a
esse público.
"Depois da
consultoria, duas marcas ainda insistiram em se descolar da classe C, enquanto
outras quatro quiseram entrar", afirma Meirelles.
O Data Popular é um
instituto especializado em dados de mercado de base no Brasil, ou o chamado
mercado popular. O instituto, que faz várias pesquisas sobre esse mercado,
divulgou, em janeiro desse ano, um levantamento que mostra que a renda total
dos jovens pertencentes à classe C é de R$ 129,2 bilhões, maior do que a soma
das classes A, B e D juntas, de R$ 99,9 bilhões.
Fonte: Sobral em Revista.