Com
uma matéria intitulada “A entrevista dos camaradas”, o jornal O Globo, liderado
por João Roberto Marinho coloca em questão time de blogueiros convidados pelo
Instituto Lula para entrevista exclusiva com o ex-presidente Lula na semana
passada.
Com evidente dor de cotovelo, publicação diz que os eleitos
para o encontro com o ex-presidente Lula atuam em “blogs que polarizam,
invariavelmente, à esquerda, e são cada vez mais usados como munição na disputa
eleitoral”.
Tentativa de descreditar
entrevista é rebatida por Conceição Lemes, que representou o Viomundo no
encontro, e por Paulo Nogueira, do DCM. Leia as respectivas respostas:
Conceição Lemes, 33 anos de
estrada: Resposta em público a O Globo
por Conceição Lemes
Nessa segunda-feira 13, uma repórter de O Globo enviou-nos um
e-mail:
“Estou fazendo uma matéria sobre a entrevista que o
ex-presidente Lula concedeu a blogueiros na semana passada. Gostaria de
conversar contigo por telefone”.
Pedi que enviasse as perguntas por e-mail. Hoje, às 12h27
elas foram encaminhadas:
Nada contra a repórter. Embora
não a conheça, respeito-a profissionalmente como colega.
Já a empresa para a qual trabalha, não merece a nossa
consideração.
Com essas perguntas aos blogueiros, O Globo parece estar com
saudades da ditadura, quando apresentava como verdadeira a versão dos órgãos de
repressão. Exemplo disso foi a da prisão, tortura e assassinato de Raul Amaro
Nin Ferreira, em 1971, no Rio de Janeiro.
Com essas perguntas, O Globo parece querer promover uma caça
aos blogueiros progressistas. Um macartismo à brasileira.
O marcartismo, como todos sabem, consistiu num movimento que
vigorou nos EUA do final da década de 1940 até meados da década de 1950.
Caracterizou-se por intensa patrulha anticomunista, perseguição política e
dersrespeito aos direitos civis.
O interrogatório emblemático daqueles tempos nos EUA:
Mr. Willis:
Well, are you now, or have you ever been, a member of the Communist Party? (Bem,
você é agora ou já foi membro do Partido Comunista?)
A sensação com as perguntas de O Globo é que voltamos à ditadura.
Agora, a ditadura midiática das Organizações Globo. É como estivéssemos sendo
colocados numa sala de interrogatório.
Afinal, qual o objetivo de saber se pertencemos a algum
partido político?
Será que O Globo faria essa pergunta aos jornalistas de
direita, travestidos de neutros, que rezam pela sua cartilha?
E se fossemos nós, blogueiros progressistas, que fizessemos
essas perguntas aos jornalistas de O Globo?
Imediatamente, seríamos tachados de antidemocratas,
cerceadores da liberdade de expressão, chavistas e outros mantras do gênero.
Como um grupo empresarial que cresceu graças aos bons
serviços prestados à ditadura civil-militar tem moral de questionar
ideologicamente os blogueiros que participaram da entrevista coletiva?
Liberdade de imprensa e de expressão vale só para direita e
para a esquerda, não?
Como uma empresa que tem no seu histórico o colaboracionismo
com a ditadura, o caso pró-Consult, o debate editado do Collor vs Lula, ter
sido contra a campanha Pelas Diretas, pode se arvorar em ditar normas de bom
Jornalismo e ética?
Como uma empresa que deve R$ 900 milhões ao fisco tem moral
para questionar outros brasileiros?
Como um grupo empresarial que recebe, disparadamente, a maior
fatia da publicidade do governo federal pode criticar os poucos blogs que
recebem alguma propaganda governamental?
O Viomundo, repetimos, não aceita propaganda dos governos
federal, estaduais e municipais. É uma opção nossa. Mas respeitamos quem
recebe. É um direito.
No Viomundo, não temos nada a esconder. Só não admitimos que
as Organizações Globo, incluindo O Globo, com todo o seu histórico, se arvorem
no direito de fiscalizar a blogosfera.
Por isso, eu Conceição Lemes, que representei o Viomundo na
coletiva, não respondi a O Globo. Preferi responder aos nossos milhares de
leitores. Diretamente. E em público.
Veja
mais clicando AQUI.
Fonte:
Brasil
247.